A comunicação sem fio altera o manuseio de líquidos de um laboratório

As pipetas podem constituir um componente chave em um laboratório conectado. Uma pipeta conectada se comunica sem fio com um sistema operacional que pode programar remotamente o dispositivo. Ao mudar para pipetas conectadas, os cientistas colhem uma lista de benefícios.

“Habilitar uma pipeta com recursos conectivos abre muitas oportunidades diferentes para ajudar os pesquisadores a serem mais eficazes e eficientes no laboratório”, diz Tommy Bui, gerente de desenvolvimento de negócios, soluções de manuseio de líquidos da Thermo Fisher Scientific. Conectar uma pipeta a outros dispositivos em um laboratório por meio de uma rede, por exemplo, permite o rastreamento do manuseio de líquidos.

Talvez o mais importante, pipetas conectadas possam reduzir erros. Nigel Skinner, chefe de marketing da Andrew Alliance SA, uma empresa da Waters Corporation, explica que uma rede pode configurar o protocolo para uma pipeta conectada, o que evita erros que podem surgir ao configurá-la manualmente para um fluxo de trabalho específico. Por exemplo, “o usuário não precisa selecionar as configurações por meio de menus em um display eletrônico em miniatura, o que seria necessário se estivesse usando uma pipeta eletrônica convencional”, diz ele.

A forma como uma pipeta está sendo usada também pode ser rastreada de forma mais cuidadosa e completa com dispositivos conectados. “Cada etapa da execução do protocolo na pipeta pode ser gravada, garantindo total rastreabilidade, o que é conveniente tanto para solução de problemas quanto para supervisão regulatória”, diz Skinner.

Um laboratório também economiza mão de obra usando pipetas conectadas. Em vez de olhar para um protocolo para configuração ou próximas etapas, por exemplo, o usuário apenas segue as instruções do dispositivo. Assim, um usuário pode executar um fluxo de trabalho mais rapidamente.

Confrontando a conectividade

Apesar de muitos avanços na conexão de dispositivos de laboratório, os cientistas que desejam conectar pipetas precisam superar alguns obstáculos. “O maior desafio é acostumar as pessoas à ideia de uma pipeta conectada e suas possibilidades”, diz Bui. “Esta não é apenas uma nova tecnologia, mas uma maneira totalmente nova de pipetagem.” No entanto, ele ressalta: “Uma vez que as pessoas se acostumam a usar a pipeta dessa nova maneira, elas percebem rapidamente os benefícios de ter uma pipeta que pode ajudar a reduzir erros e aumentar sua eficiência”.

Algumas das tecnologias por trás das pipetas conectadas também apresentam alguns desafios. “A interface do usuário e o sistema operacional – necessários para configurar o protocolo – são grandes diferenciais para o usuário”, diz Skinner. “Se configurar um protocolo requer treinamento especial e até habilidade em programação – por exemplo, Python, C++ – isso pode representar uma barreira para o usuário.” Esses problemas, porém, podem ser resolvidos com mais tecnologia. A seleção de um dispositivo com uma interface de usuário intuitiva elimina esse desafio.

O potencial da pipetagem

Ao procurar um sistema de pipetagem conectado, um cientista deve considerar como o dispositivo funcionará com os fluxos de trabalho existentes. Ele deve funcionar perfeitamente com o material de laboratório que já está sendo usado e não ficar preso a complementos do fornecedor.

Logo à frente, as pipetas conectadas oferecerão ainda mais oportunidades. “Continuaremos a ver mais inteligência integrada diretamente nas pipetas que podem não apenas ajudar a reduzir os erros de pipetagem, mas também tornar os fluxos de trabalho de aplicativos inteiros mais eficientes, aproveitando os dados”, diz Bui. Por exemplo, os sensores em uma pipeta conectada podem fornecer informações sobre o desempenho, que podem ser usadas de várias maneiras, desde ajustes em protocolos até determinar quando o serviço é necessário.

Com um número crescente de pipetas conectadas e outras que incluem mais recursos, os cientistas lidarão com líquidos com mais eficiência e precisão do que nunca. Como Bui diz: “Por enquanto, estamos apenas arranhando a superfície em termos do valor que uma pipeta pode trazer para o laboratório”.