Exploramos os prós e contras da pipetagem manual e automatizada e explicamos como decidir qual é o mais adequado para o seu laboratório
Profissionais de laboratório contam com métodos de pipetagem manual há séculos, e eles certamente têm seus benefícios, incluindo equipamentos de custo relativamente baixo e técnicas simples. No entanto, com a diminuição do tamanho das amostras e a necessidade de maior precisão, as desvantagens da pipetagem manual estão se tornando um problema cada vez maior.
A alternativa lógica é considerar o uso de equipamentos de pipetagem automatizados que podem fornecer maior rendimento e precisão. Mas essas soluções também vêm com suas desvantagens e podem não ser a melhor opção para todas as aplicações. Então, como você determina qual técnica usar? Aqui, exploramos os prós e contras da pipetagem manual e automatizada e explicamos como decidir qual é a mais adequada.
Os prós e contras da pipetagem manual
Ter um técnico realizando aplicações de pipetagem é a norma na maioria dos laboratórios, e esse método tem alguns benefícios importantes. Waldo Lefever, especialista em calibração de pipetas de campo da Eppendorf, explica que há um baixo custo inicial associado ao equipamento de pipetagem manual e muito pouco tempo é necessário para treinar os técnicos. O pessoal do laboratório pode facilmente realizar várias execuções de amostra e alternar entre aplicativos com uma configuração mínima necessária.
“É importante considerar não apenas os custos iniciais de compra, mas também os recursos gastos no treinamento da equipe para usar o equipamento corretamente.”
Dito isto, existem várias desvantagens na pipetagem manual, algumas das quais se tornaram mais pronunciadas à medida que as demandas mudaram ao longo do tempo. Uma questão chave é o erro humano. Se os técnicos usarem técnicas inconsistentes, existe o risco de variações de concentração. Por sua vez, isso pode comprometer a qualidade dos dados e até mesmo levar a reexecuções dispendiosas de ensaios. A consistência e a precisão são cada vez mais importantes, pois as técnicas modernas exigem tamanhos de amostra extremamente pequenos e os instrumentos analíticos se tornam mais sensíveis.
Outra desvantagem é a ocorrência de lesão por esforço repetitivo, sendo a pipetagem considerada uma das tarefas mais repetitivas do laboratório. Um estudo sugere que a operação de pipetas poderia dobrar o risco de doenças nas mãos.
Decidir se a automação oferece uma solução melhor
O equipamento de pipetagem automatizado supera muitos dos desafios enfrentados pelos métodos manuais. “Os ensaios são realizados com muito mais exatidão e precisão”, explica Lefever. Ele observa que esta é uma consideração especialmente importante em aplicações moleculares que exigem uma preparação de amostra precisa e consistente. Os métodos automatizados também oferecem maior velocidade e muitas vezes a oportunidade de deixar o equipamento funcionando sem supervisão. “Os pesquisadores podem se concentrar em outros aspectos de sua pesquisa em vez de ter que se concentrar em tarefas repetitivas”, diz Lefever.
Os processos automatizados têm suas desvantagens, no entanto. Esses métodos geralmente são complexos e exigem longos períodos de treinamento. O aparelho pode ser difícil de reconfigurar entre execuções e os aplicativos ainda são vulneráveis a erros humanos até certo ponto.
Então, como você sabe se os benefícios da automação superam as desvantagens? Nos casos em que a precisão é altamente importante, a decisão é bastante direta. Lefever aconselha que a pipetagem automatizada é geralmente preferível em aplicações onde instrumentos analíticos altamente sensíveis estão sendo usados; por exemplo, sequenciamento de próxima geração e qPCR.
Em outros cenários, uma abordagem sensata é pesar os custos de implementação de um sistema automatizado em relação aos ganhos. É importante considerar não apenas os custos iniciais de compra, mas também os recursos gastos no treinamento da equipe para usar o equipamento corretamente. Em seguida, compare-os com as economias de custo obtidas pelo aumento do rendimento e da produtividade. Considere também evitar outros custos, como aqueles associados a reexecuções de ensaios e lesões pessoais.